Os autores apresentam a taxa de recidiva com o reparo de hérnias inguinais primárias, empregando a técnica de Shouldice em três planos, modificada pela inclusão isolada do trato iliopúbico no 2º plano de sutura. A média de idade dos pacientes foi de 43 anos (16-88), com predominância da doença no sexo masculino (88,4%), do lado direito (57,4%) e da modalidade indireta (59,1 %). O seguimento pós-operatório foi de um a oito anos completos, tendo sido revistos pessoalmente pelos autores 112 pacientes, totalizando 115 hérnias, objeto deste trabalho. Houve a ocorrência de um hematoma (0,9%) e de uma infecção da ferida operatória (0,9%). As duas únicas recidivas (1,7%) ocorreram nos primeiros dois anos de pós-operatório, em pacientes do sexo masculino operados no início da série, sendo originalmente uma indireta e a outra direta. Dos resultados aferidos, os autores concluíram que a técnica adotada no reparo das hérnias inguinais primárias, com as modificações propostas neste trabalho, apresentou um índice baixo de recidiva, embora ainda maior se comparado ao procedimento de Shouldice clássico. Mesmo assim, é preciso que o cirurgião saiba executar outras técnicas, sobretudo as que utilizam próteses (telas), no tratamento das hérnias inguinais complexas ou multi-recidivadas.
The authors presented 115 primary Shouldice groin hernia repairs, in three layers, introducing a new variation in the transversalis fascia overlap: the iliopubic trace was the only structure included in the second suture line, thus avoiding incorporate the inguinal ligament in this set. The patients' mean age was 43 years old (16-88), with a male:female rate of 7.6: 1 and a prevalence of the right side (57.4%) and the indirect modality (59.1%) over the others. The follow up period averaged from 1 to 8 years postoperativelly and was carried out by personal examination of the patients. There was only one hematoma (0.9%) and granulomatous infection (0.9%). Two male patients showed inguinal recurrence in the first two years after surgery (1.7%) operated on at the begining of this series. Based on this data the authors achieved a low recurrence rate with this anatomically sounder modification in Shouldice operation - although slightly increased. However, it is advisable for the surgeon to be capable in performing other techniques, using prostheses and meshs, in dealing with complex and multi-recurrent abdominal wall hernias.